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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Balanço Interpretativo


Por critérios bem acordados em grupos de afinidades não criticávamos sem vivenciar e encontrar instâncias correspondentes ao referente de Movimentos Sociais, que era o MST, que há tempos já pedia apoios e fazia notar a dificuldade em desdobrar mobilizações para além das conquistas de infra-estrutura rural em acampamentos e assentamentos. Por sua vez, a imprensa local identificava sistematicamente manifestantes urbanos como se fossem do MST, ou conforme interesses do momento, em uma de suas tantas dimensões mais caricatas da propaganda a tomar o lugar do jornalismo e consequentemente da cidadania e dos territórios da democracia tal qual fora concebida, debatida e projetada desde tribos urbanas, aldeias, províncias e Escolas do país. A ponto de se tornarem dos maiores alvos de protestos da história do Brasil ao viralizarem as manifestações desta cidade por outro de seus Estados, em junho de 2013.
Formadores de opinião mais dependentes destes órgãos difusores mais reacinários panicaram engrossando a ação persecutória, incicialmente com medo de ações mais violentas da ultra-direita, mas também tachando toda uma juventude de ampla gama de coisas irrepetíveis, num verdadeiro festival de “meninos, eu vi” e de pregação de moral de cuecas, que pode ter servido terapeuticamente para reavivar-lhes algum passado, porém dificilmente se colocando em campo de movimento social ou mobilizatório, ainda que muito facilmente falando em nome de tais valores, bem como nos da própria República Democrática, mesmo saudando ou justificando das mais generalizadas ações policiais pelo país afora e Estado adentro. Assim vimos a polariazação da pauta social pelas contrarrevoluções sem efetiva revolução, papelão maior que o do Pcfrancês em 68, para não tocarem nas estruturas da violência e da desinformação eventualmente chanceladas pelo judiciário e defendidas pelo executivo. Onde esperávamos expressões de grande diversidade, portanto, notamos indícios de uma crise, mas não necessariamente de gestão do “capitalismo”, mas de representatividade cada vez mais difícil de negar, e portanto de consciência: anterior à própria Política e suas negociações atacadas como terroristas e anti-políticas, equanto “a República” busca, nem que aos tropeços, cumprir seu papel promovendo ferramentas alternativas para representarem avanços da Democracia perante a História e, talvez principalmente, ao “eleitorado”.
                O trabalho do estudante é estudar e se formar: mandamos que eles trabalhem. Se atualizará pelo resto da vida, com instâncias andragógicas que já ajudamos a conceber enquanto trabalho colaborativo, com respectivas estéticas participantes ou mesmo militantes. Entre críticas potentes tomei contato com diversas que eu poderia situar em espectros de direita e esquerda, se não os reservasse para questões de previdência, reclamando da agitação tomar lugares de movimento social: seja pelo sensacionalismo de mídias burguesas operando por fora das esferas de qualquer direito racional no país, por nossa máxima culpa, e talvez também um pouco do pessoal que sistematiza uma tática de propaganda, seja pelas universidades caça-níqueis “sem fins lucrativos”, algumas dentre as instituições eventualmente limitadas nas suas ações por imprevisibilidades do seu próprio cenário por onde, consquentemente, emergirão mais movimentos sociais, talvez transitando, trafegando pelas mobilidades sociais a ponto de equacionar referenciais de projetos politicamente orientados à esquerda, desmistificadores, nem cooptados nem conformados, nem engessados por embargos econômicos e inversões de valores informativos, ou mesmo sequestros conceituais ou perseguições policiais.
As cadeias de comando da parceria público-privado operam em vários mundos: será que os ricos enfrentam os labirínticos tele-atendimentos? Cobramos medidas correspondendo aos debates democráticos e pauta política regulatória em respeito a tais condições de representação dos interesse público, mas as notícias sobre o debate nos cursos de comunicação alertam: é um debate totalmente popular e não se pode contar nem com a ajuda de maiores universitários, se não ocasionalmente, enquanto ativistas – como os próprios jovens e estudantes assembleístas. Sabemos que as relações intermitentes na fragmentação do cotidiano podem permitir alguma ação aparentemente favorecida pela internet de várias maneiras. Digo “aparentemente” pelo desconcerto no desequilíbrio de fatores explicativos ter gerado crenças bastante estranhas, especialmente com relação às redes sociais. Há pesquisas curiosas em respeito aos Twitters em SP, mas a generalização precipitada seria como dizer que a moçadinha que se encontra em xópin centers aderiu a grandes bailes funk em funão daqueles espaços urbanos. Nada a ver. Olhava-se apressadamente a traços comuns à juventude mundial, e Marilena Chauí acusava às redes sociais de serem o mais avançado posto de mídia corporativa do capitalismo na sociedade, de maneira igualmente pouco debatida, muito especulativa (para não dizer chutada) - no seu aspecto mais informativo e pedagógico. Há quem debata de dentro do sistema facebook (como eu), notando-lhe as mudanças neste sentido usurpador das próprias imagens das pessoas indevida e alheatoriamente utilizadas para propagandearem corporações e produtos com os quais não se relacionam, numa nova espécie de manipulação e buulying eletrônicos. Não sou um pesquisador sistemático, longe disso, mas ponderamos com base nos indícios verificados cotidianamente e em fatos políticos como o da expulsão de petistas do Bloco de Lutas pelo Transporte 100% Público – tendo como gota d´agua a manipulação igualmente enganosa de imagns de companhairos para a sua capitalização polititica. A CPI das Teles aconteceu? Alguém sabe? Alguém promove tamanho esquecimento e alienação? As máscaras “anounymous” satirizam mecanismos de controle desta sociedade burramente informatizada com bases no “ruindows”, medicalizada na superficialidade das balanças e governada em lealdades mais compadrísticas do que ideológicas, panicados do que inovadoras, cafagestes do que saudáveis. Digo tanto do “pânico” por haver mais do que constrangimentos pelo MC virtual dos bailes de rua figurar a necessidade dos militantes se resguardarem tanto da cooptação como da repressão, desde os próprios circuitos juvenis e ativistas. Digo também por igularem anarka segurança a facistas, em momentos tão interessantes às posturas e composturas críticas, e novamente em nome do resguardo frente aos partidos de imprensa golpista. O sistema não quer se fazer entender, mas o povo não é bobo, muito antes pelo contrário, mistificações correntes se escancararam enormemente e novamente o povo só não quer apanhar nas ruas, como ninguém em sã consciência iria  querer ser mal informado por alguma contra-inteligência. O mandado de busca e apreensão à materiais “anarquistas” é parte de uma linguagem bem reveladora. O delegado declarara à imprensa não terem encontrado materiais identitários. Não são identitários? É tudo identitário! Buscavam máscaras de gás e coquetéis molotov em bibliotecas e lares eventualmente mantendo ferramentas de linguagem jovem, da pixação, da confecção de faixas e das colagens de cartazes. 
A questão não é mais o que você faria naquele lugar, mas o que está sendo feito, e especialmente com os lugares que nos tocam, bem como a nossas práticas epistemológicas. Se descuidarmos das capacidades humanas de falar no plural, e ficarmos cuidando de jogos de empura de responsabilidades, por exemplo, o triste espetáculo resultante pode não ser infantil, mas irresponsável e mesquinho em relação às obras contemporâneas de Humanidades.
Nem tenho tanta agudez de escuta e vivacidade em recordatório para tamanha exposição, mas pode oportunizar algum tópico “extra”, como de cervejas caseiras, digo, artesanais.
Os anarquistas mortos se reviraram ainda mais nas suas cinzas, ante os espetáculos de comportamentos de manadas nos seios de instituições da autoridade e maturidade profissionais, enquanto vivos não cessamos de contemporizar, e disponibilizar leituras contemporâneas e em estéticas condizentes, registros de autenticidade, formas de calar mais fundo a obviedades demasiadamente gritantes até ocasiões mais oportunas, teorizanto e/ou confrontando.
Minérios na Argentina? IIRSA? Condições no Egito? As questões do capitalismo contemporâneo serão mesmo endereçadas neste FST 2014, e por quem? Quem enxotou à ALCA? Movimentos Sociais Latino-Americanos. Como nos posicionaremos hoje? Esperando receber aulas do Governo Federal? Da revista superinteressante que publicava a derradeira defesa da energia nuclear por parte do formulador da teoria de gaia? Se à época perdíamos estações intermediárias do ano solar, hoje são as horas de aquecimento que se comprimiram.
Acessibilidade em contra tudo e de encontro a todos! Pensar nela é fecundo, mesmo que não a alcancemos como almejávamos – também para as crianças de colo, em ocupações do SINE e marchas nas ruas!!!
Catastrofismo, na Origem das Espécies de Charles Darwin é a crença na extinção de espécies fósseis por conta de um grande evento destruidor, e Umberto Eco tem “Apocalípticos e Integrados” ao sistema. Existem leituras formativas igualmente para quem adora dicotomias polarizadas, e mais de uma primavera árabe para quem se apropria dos enredos e símbolos nos seus jogos comunicativos. Queremos nos solidarizar com as condições dos egípcios, mas havemos de reconhecer-lhes peculiaridades. Não que não sejam sérias as ameaças da ultra-direita no Brasil, para além das choradeiras sobre o “PIG”, bem pelo contrário: a inteligência emocional está em reconhecer o pessimismo obsecado, travado, panicado, com a idéia do encadeamento desastroso das ações, e o otimismo, enquanto possibilidades profundas, além de contagioso. Nem tudo é política, bem cabe lembrar, que o diga moçada a utilizar locais urbanos e culturais do centro e adjacências, no “centralismo” até bem mais geográfico do que “democrático”. Princípios, valores, planos, estão em movimento. No pasarán!

Ethon Fonseca

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